
Como todo carro, a CR-V 2023 tem seus calcanhares de Aquiles. Reunimos relatos reais de proprietários de São Paulo, Rio, BH, Recife e Curitiba para mostrar onde ela costuma dar dor de cabeça — e, principalmente, como evitar gastos pesados.
Problemas no sistema AWD Real Time 4WD
Muitas unidades vendidas no Brasil são 4x4. A partir de 60-80 mil km o acoplamento traseiro começa a apresentar desgaste prematuro, especialmente em quem pega estrada de terra ou sobe serra com frequência. Vazamento de óleo no diferencial traseiro por ressecamento dos retentores também é comum no calor brasileiro.
Dicas de manutenção:
- Inspecione retentores e fluido do diferencial traseiro aos 40-50 mil km. Troca dos retentores ≈ R$ 1.200–R$ 1.800 em oficina independente.
- Troque o óleo do diferencial traseiro a cada 40 mil km usando apenas Honda Dual Pump Fluid II original.
- Evite patinar roda em lama ou areia — queima o acoplamento rápido.
Reconstrução completa do módulo AWD pode passar dos R$ 18.000–25.000 — prevenção sai bem mais em conta.
Motor 1.5 Turbo e versão híbrida — os pontos críticos
No Brasil a maioria leva o 1.5 Turbo 190 cv flex; a híbrida está crescendo rápido por causa do consumo.

1.5 Turbo – diluição de óleo com etanol/gasolina
O problema crônico da Honda continua em 2023. No trânsito parado de SP e RJ, com ar-condicionado ligado o tempo todo, combustível vaza para o cárter e afina o óleo. Após 60-90 mil km já aparecem casos de consumo excessivo de óleo e até riscamento de cilindros.
O que fazer:
- Troque óleo a cada 7.000–8.000 km no máximo (não espere os 10.000 da concessionária) usando 0W-20 com especificação Honda HTO-06.
- Evite trajetos muito curtos com o motor frio.
- Confira o nível de óleo a cada 2.000–3.000 km. Se subir de nível ou cheirar a combustível, troque imediatamente.
Versão híbrida e:HEV
Consumo excelente (18–21 km/l na cidade), mas em calor acima de 35 °C (Nordeste e interior de SP) a bateria de alta voltagem perde capacidade mais rápido — relatos de queda de 15–20 % após 100 mil km. Sistema de arrefecimento do motor elétrico também superaquece em rodovias a 130+ km/h com o ar no máximo.
Dicas:
- Diagnóstico de saúde da bateria a cada 50–60 mil km na concessionária. Troca de células ≈ R$ 35.000–55.000.
- Limpe o radiador do sistema híbrido a cada 30 mil km (poeira e insetos entopem fácil).

Eletrônica e Honda Sensing dando dor de cabeça
O piloto automático adaptativo desliga sozinho no trânsito ou com poeira na câmera. Tela de 9" trava e Android Auto/Apple CarPlay desconecta o tempo todo.
Soluções rápidas:
- Atualize o software na concessionária a cada 6–12 meses (geralmente grátis no garantia).
- Limpe câmera frontal e radar com frequência.
- Troca da central multimídia ≈ R$ 9.000–14.000.
Pintura fraca e ferrugem
A tinta da Honda continua muito fina — em rodovias como Regis Bittencourt ou Dutra as pedrinhas marcam rápido. Em cidades litorâneas (RJ, Florianópolis, Recife) já aparece ferrugem nos parafusos do rack de teto.
Suspensão nas ruas brasileiras
Bieletas da barra estabilizadora dianteira duram pouco com nossas lombadas. Amortecedores traseiros cedem antes se viajar sempre lotado ou com bagagem.
Conclusão: vale a pena comprar CR-V 2023 no Brasil?
Sim, continua sendo ótima SUV familiar com excelente valor de revenda, mas exige manutenção mais rígida que uma Toyota RAV4 ou um Jeep Compass. Se for comprar usada, invista numa boa vistoria focando diluição de óleo, AWD e saúde da bateria híbrida.
Principais concorrentes no Brasil 2024
- Toyota Corolla Cross: mais confiável e revenda imbatível.
- Volkswagen Taos: mais em conta e bom espaço.
- Jeep Compass: mais valente no fora-de-estrada e estilo.
- Chery Tiggo 8 Pro Hybrid: 7 lugares e muito equipamento por menos dinheiro.
- Hyundai New Tucson: design ousado e 5 anos de garantia.
- Kia Sportage: 5 anos de garantia e muito equipamento.
