
Vamos começar pelo visual. O Kia Ceed 2025 mantém a famosa grade “nariz de tigre”, mas agora mais larga e agressiva, reforçando o lado esportivo do hatch. Os faróis são 100% LED com filetes finos de luz diurna, e as lanternas traseiras ganharam uma barra contínua de LED — ficou com cara de carro premium. Nas cores vibrantes como laranja ou azul metálico, o visual chama atenção nas ruas de São Paulo ou Rio. As versões GT-Line e GT trazem detalhes pretos brilhantes nos para-choques e rodas de 18”. As rodas de 16” da versão de entrada parecem simples, mas o conjunto baixo e musculoso continua virando pescoço. Preço estimado de chegada no mercado brasileiro: a partir de R$ 148.000 a R$ 155.000 (valor projetado para importação oficial ou paralelo). Na minha opinião, nessa faixa ele briga de igual para igual com Corolla GR-S, Civic Touring e até o Golf GTI de entrada.
As dimensões cresceram um tiquinho: 4.600 mm de comprimento, 1.800 mm de largura, 1.470 mm de altura e entre-eixos de 2.650 mm. Isso deu mais espaço para as pernas no banco traseiro, mas a altura do solo continua 135 mm — perfeito para cidade e rodovias como a Regis Bittencourt ou a Dutra, nada de terra. Porta-malas leva 395 litros (1.291 litros com os bancos rebatidos). Na versão perua SW o volume sobe para 625/1.694 litros, mas aqui no Brasil só deve vir o hatch mesmo. Sem tração 4x4, só dianteira — e para o nosso trânsito caótico isso é até uma vantagem de agilidade.

Como anda?
O grande destaque é a nova família de motores. O 1.5 T-GDi de 160 cv vem com câmbio manual de 6 marchas ou automatizado de dupla embreagem e 7 velocidades. Aceleração de 0 a 100 km/h em 8,5 segundos — muito bom para o segmento. A versão GT com o 1.6 turbo de 204 cv baixa isso para 7,4 s e ainda tem escape com som mais encorpado. A suspensão continua firme na medida certa: com rodas 18” o Ceed faz curva como se estivesse nos trilhos, e a direção ficou mais direta. Em alta velocidade (120-140 km/h) na Castello Branco ou na Fernão Dias o isolamento acústico é ótimo, só ouve um pouco o barulho dos pneus. Para mim, o Ceed segue sendo um dos hatches médios mais divertidos de dirigir no mercado — sem exigir que você seja piloto de fim de semana.

E o conforto interno?
O entre-eixos maior deixou o interior mais espaçoso, e os materiais subiram de nível: plásticos macios no painel, costuras caprichadas, tecido ou couro nas versões tops. Banco do motorista tem boa pegada lateral, mas ajuste lombar elétrico só nas configurações mais caras. O banco traseiro acomoda bem dois adultos; o terceiro vai apertado. Central multimídia de 10,25” com Android Auto e Apple CarPlay sem fio, e o melhor: os botões físicos do ar-condicionado continuam lá — em 2025 isso já é artigo de luxo! Nas versões completas tem head-up display, carregador por indução e som JBL. A versão de entrada ainda vem com tela de 8” e tecido simples, mas não faz feio.

Quanto vai custar no Brasil?
A versão testada GT-Line 1.5 T-GDi com câmbio DCT, teto solar panorâmico e todos os assistentes de condução ficaria na faixa estimada de R$ 195.000 a R$ 215.000 no mercado brasileiro (valor projetado considerando impostos e margem de importação). A versão de entrada deve partir de R$ 148.000–R$ 155.000 já com faróis full-LED, controle de cruzeiro e 6 airbags — equipamento honesto. A intermediária Prestige (R$ 175.000–R$ 185.000) é o doce spot: tela grande, ar dual-zone, câmera de ré e rodas de 17”. Na minha opinião, só vale pagar a mais pela GT se você curte acelerar forte — os 160 cv do 1.5 já entregam diversão de sobra no dia a dia.
Vale a pena comprar?
O Kia Ceed 2025 é um hatch equilibrado, bonito e cheio de tecnologia que não tenta ser premium, mas entrega mais do que o preço sugere. Não tem tração AWD, a altura do solo é baixa para ruas esburacadas e as versões top são salgadas. Mas se você quer um carro para cidade e estrada com dirigibilidade afiada, interior moderno e custo-benefício forte, ele entra fácil no top 3 da categoria. Eu mesmo pegaria a Prestige com câmbio DCT e ficaria feliz da vida enfrentando o trânsito de SP ou curtindo a estrada para o litoral. Já a GT… essa é para quem gosta de acordar cedo e pisar fundo na serra do mar!