Porsche Taycan Turbo GT elétrico e sua forte desvalorização – Notícias automotivas | automotive24.center

Nem o Porsche mais rápido salva os elétricos de uma desvalorização brutal

Parece que a Porsche se deparou de frente com a realidade do mercado elétrico – sem filtros nem ilusões de marketing

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E essa realidade se mostrou bem dura. Até o Porsche mais rápido da história, com recordes em pista, nome de peso e quilometragem mínima, perde uma fortuna quase logo ao sair da concessionária.

Quando a estratégia não casa com o mercado

A Porsche é uma marca que há décadas lucra com emoção, engenharia e um entendimento preciso do seu público. Mas a grande aposta nos esportivos elétricos revelou de repente que mesmo as gigantes podem errar feio. Os investimentos na linha elétrica foram tão caros e com retorno tão baixo que impactaram não só os modelos novos, mas todo o negócio.

No fim, a empresa teve que revisar planos às pressas, cancelar alguns projetos e entrar em modo de gestão de crise. E isso não é especulação – os relatórios financeiros já mostram que o "experimento elétrico" está custando caro demais.

Por que os esportivos elétricos não seguram o valor

Há várias razões, todas bem pé no chão:

  • Autonomia limitada nos elétricos de alta potência;
  • Tempo de recarga longo em comparação com abastecer;
  • Obsolescência rápida da tecnologia de baterias;
  • Pouco interesse nesses carros no mercado de seminovos.

Tudo isso forma uma equação incômoda: a oferta supera em muito a demanda, e os preços despencam. Rápido e sem piedade.

Taycan Turbo GT Weissach: recorde sim, demanda não

Um exemplo claro é o Porsche Taycan Turbo GT Weissach. Oficialmente, é o auge da engenharia: até 1.108 cavalos, aceleração de 0 a 100 km/h em cerca de 2 segundos e o título de Porsche mais rápido em aceleração de toda a história da marca. Além de recorde em Nürburgring – embora não seja a notícia mais animadora para os fãs de motores a combustão.

Um exemplar específico do ano-modelo 2025 com apenas 227 km apareceu em leilão no Bring a Trailer. Novo, o carro custava cerca de R$ 1.500.000 com opções (preço aproximado para o mercado brasileiro, dependendo da configuração). Para referência: cor, rodas e acabamentos adicionaram pouco nesse segmento.

E aqui começa o mais interessante.

Menos centenas de milhares de reais em poucos meses

O lance máximo no leilão chegou a apenas equivalente a cerca de R$ 950.000. Mesmo sem atingir o preço de reserva, a diferença impressiona. Formalmente, uma perda de mais de R$ 500.000 praticamente do nada, com quilometragem mínima e carro quase novo.

E isso não é exceção, mas sim a regra. Perder R$ 500.000 a R$ 800.000 no primeiro ano em Taycans premium já é comum hoje. E depois, os números ficam ainda piores.

O que isso significa na prática

Os compradores de Porsche raros e caros estão acostumados a outro cenário. Um 911 GT3 RS costuma manter o valor por anos, ou até valorizar. Com a versão elétrica, essa fórmula não funciona. E quem cuida do dinheiro – a maioria dos clientes Porsche – vê isso claramente.

No final, o mercado coloca tudo no lugar. Pode-se falar o quanto quiser sobre futuro, sustentabilidade e recordes, mas se um carro perde centenas de milhares de reais em meses, o entusiasmo evapora rápido.

A história do Taycan Turbo GT Weissach não é só uma revenda ruim. É um sinal claro de que o formato elétrico no segmento de esportivos premium ainda não virou aquele "novo ouro" que muitos esperavam.