Quando a Dacia apresentou o Spring, o barulho foi grande: “um elétrico pela metade do preço!”. Na prática, porém, ele é mais um dispositivo básico de mobilidade elétrica — uma carroceria sobre rodas com o mínimo de conforto e tecnologia. Curiosidade: a plataforma do Spring foi herdada de uma versão chinesa da Renault, e o design diferenciado é apenas uma embalagem bonita.
Quanto custa e por que não vende tanto
Preço baixo, mas com ressalvas
- Na Europa — a partir de cerca de €16.000
- No Brasil, o equivalente Renault Kwid E-Tech parte de aproximadamente R$ 99.000–R$ 120.000 (dependendo de incentivos regionais)
Com esses valores, era de se esperar filas nas concessionárias, mas os números recentes na Europa mostram vendas modestas, enquanto modelos mais práticos como Sandero e Duster continuam dominando e vendendo várias vezes mais, mesmo sendo um pouco mais caros.
As 3 principais razões do baixo sucesso do Spring
- Autonomia. Os 230 km declarados no ciclo WLTP caem para cerca de 150 km na vida real no verão, e menos ainda no inverno. É perfeito para trajetos curtos na cidade, mas não para viagens mais longas.
- Recarga. Em tomada comum, leva 8–10 horas; em carregador rápido, 1–2 horas. Esperar no posto não é a experiência mais prática.
- Versatilidade. O Spring fica atrás até de hatches básicos — parece mais um quadriciclo aprimorado. Para famílias, o Sandero é muito mais espaçoso e permite rodar mais longe.
Minha opinião e a conclusão surpreendente
Toda experiência ousada vale a pena se cumpre seu objetivo. O Spring acerta em ser o “elétrico acessível”, mas poucos compradores estão dispostos a aceitar suas limitações. Alguns o escolhem como carro secundário ou para deslocamentos diários curtos. A maioria, porém, prefere o prático Sandero ou Duster, entendendo que às vezes pagar um pouco mais garante um carro completo de verdade.
